4 de mar. de 2013

Primeira borracha renovável do mundo será feita em Triunfo

A multinacional alemã Lanxess, fabricante de especialidades químicas, anunciou na quarta-feira, 5/03/13, investimentos de R$ 75 milhões no mercado brasileiro. O aporte será destinado para a construção de duas novas unidades industriais em Porto Feliz, SP, e para o início da produção da borracha de EPDM verde em Triunfo, RS. Os três projetos devem entrar em operação até meados de 2013.

O programa para a construção da fábrica de produtos plásticos em Porto Feliz receberá investimento de quase R$ 50 milhões. A unidade fornecerá duas linhas de alta tecnologia da Lanxess: a Durethan e a Pocan, usadas em componentes de automóveis, como maçanetas, pára-choques, conectores de cabo e tubulações de líquidos de arrefecimento. Com capacidade produtiva anual de 20 mil toneladas, a unidade criará 50 postos de trabalho e deve entrar em operação em meados de 2013.

Segundo o gerente geral da Lanxess para as Américas, Jens-Hendrik Fischer, estes insumos são adequados para a produção de peças de plástico leves, substitutas de componentes metálicos em automóveis, contribuindo com a redução de emissão de gases nos veículos. “Além disso, permitem que montadoras e fabricantes de autopeças obtenham economias por meio de melhor custo-benefício e montagem mais fácil”, afirmou durante coletiva realizada em São Paulo.

A outra unidade que será construída em Porto Feliz produzirá aditivos para borrachas e bladders, também usados no setor automotivo, com recursos da ordem de R$ 25 milhões. A fábrica vai operar no quarto trimestre de 2012, gerando 60 postos de trabalho. A capacidade produtiva será de 2 mil toneladas por ano de Rhenogran, linha de aditivos para borrachas usadas em pneus, elementos de vedação, mangueiras e correias, e cerca de 170 mil bladders ao ano.

Os bladders, feitos de borracha, são inflados no processo de fabricação para colocar pressão no interior dos pneus novos à medida que são vulcanizados no molde que dá forma e propriedades finais aos pneus. Nos últimos anos, os produtores de pneus terceirizaram a produção de bladders, que já atinge nível bladders de 40% em todo o mundo. 
 

EPDM verde

A produção do EPDM verde será iniciada pela companhia a partir do eteno verde fornecido pela Braskem. “Por causa das conquistas do Brasil na área de biocombustíveis, percebemos que este é o lugar ideal para lançar a produção de EPDM de base biológica”, afirmou Gunther Weymans, chefe da unidade de negócios Technical Rubber Products da Lanxess.

O executivo destacou que este será o primeiro EPDM a ser produzido a partir de fontes renováveis. O material será produzido em Triunfo, em unidade que está sendo reformulada pela companhia, com aporte de R$ 5 milhões.

A Braskem entregará a matéria-prima por meio de um gasoduto. A produção começará em novembro deste ano. Hoje a planta da Lanxess em Triunfo produz 40 mil toneladas de EDPM por ano. Os primeiros lotes do EDPM verde, batizado de Keltan Eco, serão de algumas toneladas em novembro, mas a empresa afirmou estar pronta para produzir até 10 mil toneladas por ano para servir o mercado global. Os executivos não informaram quanto será exportado, mas destacaram que o potencial do mercado brasileiro é muito expressivo devido aos crescentes investimentos no setor automotivo no País.

De olho nos emergentes

Os investimentos anunciados pela Lanxess elevarão a participação do Brasil nos negócios do grupo. Há sete anos, a fatia era inferior a 1%, mas agora supera os 10%, com vendas de € 701 milhões em 2010. "Nossas vendas no Brasil no segundo trimestre foram da ordem de € 228 milhões, um avanço de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, e estamos no caminho para outro recorde em 2011", afirmou o presidente do Conselho de Administração da Lanxess, Axel Heitmann.

Segundo o executivo, a companhia está confiante de que o crescimento econômico no País deve continuar nos próximos anos, e destacou que os mercados emergentes são uma prioridade nos planos de crescimento da empresa. “Nosso sucesso aqui é em grande parte devido à nossa decisão estratégica antecipada de aumentar os negócios nos países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China".

A América Latina corresponde a 14% das vendas mundiais do grupo, enquanto os BRIC representam um terço do total. Heitmann afirmou ainda que a Lanxess continua atenta a oportunidades de comprar empresas no mercado brasileiro.
 
Fonte: Natalia Gómez, Automotive Business
 
 

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