27 de mai. de 2012

Quase um quarto das famílias brasileiras está endividada

Quase um quarto das famílias se endividou mais do que deveria e foi obrigado a reduzir o padrão de vida ou a dar calote, conforme um estudo da consultoria MB Associados, com base na Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram que 14,1 milhões de famílias comprometeram mais de 30% da renda mensal com dívidas. Essa marca ultrapassa o limite saudável para o endividamento, pois 70% do orçamento vai para despesas básicas, como comida, habitação ou saúde, conforme mostra a POF.

A maior parte dessas famílias superendividadas está na fatia menos favorecida da população: 5,8 milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e E. Na média, no entanto, o brasileiro comprometeu 26,2% da renda mensal com dívidas, diz o estudo da MB. Esse resultado é superior à média de 22% estimada pelo Banco Central (BC), porque inclui gastos como crediário de loja sem parceria com banco e despesa à vista no cartão de crédito. Na semana passada, o governo anunciou um pacote para estimular o consumo por meio do crédito, principalmente na compra de carros.

Para o sócio da MB José Roberto Mendonça de Barros o efeito do pacote será limitado pelo endividamento. "É um número grande de famílias que ultrapassaram o limite, por isso o nó no mercado de crédito", afirma. Nos últimos cinco anos, a expansão do crédito, com a entrada de novos consumidores, garantiu um crescimento robusto da economia. Mas, desde meados de 2011, o ritmo de concessão esfriou, à medida que a inadimplência crescia. Em abril, o calote atingiu o recorde de 7,6%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


 

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