5 de jun. de 2012

Adesivos proteicos para calçados

O Instituto Tecnológico do Calçado, além de dar suporte técnico para a indústria espanhola do calçado nos aspectos relativos à qualidade das matérias primas e produtos acabados, também se encarrega de elaborar uma base tecnológica que garanta a sua competitividade mediante a incorporação de tecnologias emergentes, como é o caso da biotecnologia e da microbiologia industrial.

O INESCOP, dentro da sua linha de atuação de biotecnologia, está pesquisando um adesivo para calçado de origem microbiano, que respeite o meio ambiente. Está sendo realizada uma pesquisa orientada à obtenção de adesivos que permitam reduzir o uso dos adesivos atuais, os quais são elaborados a partir de matérias primas não renováveis, não biodegradáveis e que muitas vezes contêm solventes orgânicos voláteis.

A base dessa pesquisa é a constatação de que na natureza existem várias situações nas quais os organismos vivos fazem uso da adesão ao longo do seu processo de vida. Exemplos claros vão desde o geco, passando por alguns moluscos e crustáceos, até chegar a micro-organismos como os estudados pela equipe de pesquisadores do INESCOP.

No caso concreto dos micro-organismos, a adesão se produz mediante a formação de aditivos em forma de biofilmes. Nesses biofilmes, as células estão recobertas por uma rede de proteínas produzidas pelo próprio micro-organismo. Essas proteínas poderiam ser interessantes para a pesquisa de novos adesivos baseados em biopolímeros.

A expressão de uma proteína por um organismo que não o produz de forma natural, é o método que mais foi aplicado na produção de proteínas durante os últimos anos.

A maioria desses sistemas utilizam como biorreatores as bactérias Eschericha coli ou Bacillus subtilis devido ao seu rápido crescimento, à disponibilidade de uma grande quantidade de vetores de expressão e a sua capacidade de produzir proteínas em grande escala.

Na linha de pesquisa de adesivos bioinspirados para o calçado, o INESCOP propõe a obtenção de proteínas adesivas de origem bacteriana, mediante técnicas de microbiologia industrial, para adaptá-las à fabricação de adesivos industriais.

O projeto desenvolvido pelo INESCOP (IMDEEA/2011/103) com o apoio da Câmara da Indústria, Comércio e Inovação, por meio do IMPIVA e com recursos do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), tem por objetivo, mediante a utilização da técnica de ADN recombinante, produzir uma proteína de Bacillus Subtilis e, dessa forma, conseguir obtê-la em quantidades suficientemente altas como para permitir a sua posterior formulação como adesivo para calçados. A proteína foi subclonada em um vetor de expressão induzível que incorpora um grupo terminal que favorece a sua posterior purificação mediante um sistema de matrizes de cromatografia de afinidade.

A pesquisa sobre bioadesivos protéicos constitui uma linha de pesquisa inédita na Espanha e é a primeira vez que se aplica no Setor Calçadista em nível mundial. Esta pesquisa permitirá produzir artigos diferenciados e com valor agregado, além de proporcionar uma alternativa ecológica e sustentável.

Fonte: Assintecal

 

Nenhum comentário: