A queda na produção industrial reduziu as importações de borracha natural no primeiro semestre.
O Brasil comprou 97,3 mil toneladas de borracha natural de janeiro a
junho, queda de 22% ante igual período de 2011, segundo dados da
Secretaria de Comércio Exterior.
Em dólares, a retração foi de 40%, para US$ 354 milhões, reflexo também do preço médio, que foi 23% menor.
A queda nas importações --responsáveis por mais de 60% do abastecimento
interno-- é consequência do menor consumo industrial, afirma Heiko
Rossmann, diretor da Apabor (Associação Paulista dos Produtores e
Beneficiadores de Borracha).
A demanda pela commodity tem relação direta com o setor automotivo. No
país, 80% da oferta de borracha é absorvida pela indústria de pneus e
mais 10% vão para a produção de artefatos leves para automóveis. E,
segundo o IBGE, a produção de veículos caiu 2% de janeiro a maio.
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para
automóveis, que reanimou as vendas, ainda não teve impactos no comércio
da matéria-prima. "Neste momento, a demanda está bem devagar", diz
Rossmann.
Ele espera recuperação em agosto e em setembro, quando o preço de
referência de venda da borracha, definido em R$ 6,68 por quilo para o
período, estará 12,7% menor do que o do bimestre anterior. "Muitos seguraram as compras porque sabiam que o preço cairia", afirma.
Os valores são reajustados bimestralmente de acordo com o preço
praticado na Bolsa de Cingapura e as taxas de câmbio e a Selic. O preço
no exterior cai com a desaceleração da economia mundial e deve sofrer
ainda mais com o início da safra de borracha na Ásia, líder na produção
mundial, no próximo mês.
Fonte: Folha.com
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