A redução da carga tributária é uma medida estratégica para aumentar
a competitividade do calçado gaúcho. Muito disso passa por uma
alíquota menor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), defendem empresários e entidades ligados ao setor, que têm
cobrado ações imediatas. A insatisfação é visível no tom dos discursos.
"O governo do Estado diz que não é possível estabelecer medidas
equivalentes ao setor têxtil porque o calçado é muito importante. Talvez
tenhamos que esperar que o setor de calçados deixe de ser
importante para que tenhamos algum apoio", afirma o presidente da
Abicalçados, Milton Cardoso.
O coordenador do Setor de Calçados e
Artefatos da Política Industrial do Estado, Marcelo Lopes, garante que
esta é uma das prioridades na política industrial. "O problema é que o
setor tem focado bastante a questão tributária e a nossa situação
financeira é complexa para conceder renúncia de
receita", contrapõe. Entre o empresariado, a preocupação é
manifestada já para o curto prazo.
Diretor-presidente da Calçados
Piccadilly, Paulo Grings revela que, há um mês, a empresa entregou ao
governador Tarso Genro documento elencando as propostas recebidas de
outros Estados, onde o ICMS corresponde à metade em relação ao
que vigora no Rio Grande do Sul. "Se o governo não fizer alguma coisa,
teremos que achar alternativas. Estudamos investir em Santa Catarina,
por exemplo. Não é choro, é simplesmente pedir igualdade de condições",
avalia.
Números
Com matriz em Igrejinha, a
Piccadilly tem duas unidades em Rolante (uma para a produção de
calçados completos e outra destinada à fabricação de palmilhas), duas
em Teutônia (uma delas é a maior mantida pela empresa) e uma
quinta filial em Santo Antônio da Patrulha. Atualmente, a
empresa emprega cerca de 4,2 mil funcionários.
O crescimento no
quadro de pessoal é de cerca de 10% em relação ao ano passado, quando
gerava 3,8 mil postos diretos de trabalho. A produção em 2012 deverá
totalizar 9 milhões de pares, o que representa um crescimento de 3%,
abaixo dos 8% inicialmente projetados.
Fonte: Jornal Vale do Sinos
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