15 de jun. de 2012

Sandálias Havaianas - 50 anos

Tudo leva a crer que foi a Zori, típica sandália de dedo feita de palha de arroz e usada pelos agricultores japoneses, a real fonte de inspiração para a criação das sandálias Havaianas no dia 14 de junho de 1962 pela empresa São Paulo Alpargatas. Por essa razão, o solado das Havaianas possui uma textura que reproduz grãos de arroz, um dos muitos detalhes que a torna inconfundível. Mas a versão nacional trazia um grande diferencial: eram feitas de borracha. Um produto natural, totalmente nacional e que, acima de tudo, garantia um calçado durável e confortável. Eram as tradicionais branquinhas com tiras laterais, disponíveis em cinco cores (branca, preta, azul, vermelha e amarela). Visualmente pobres e baratas. Embora o design das sandálias fosse de origem oriental, seu nome foi inspirado no Havaí, o paraíso do sol e do mar, onde ricos e famosos americanos passavam suas férias. Esse nome era considerado ideal, já que a sandália era adequada para o uso em países de clima quente, pois deixava os pés descobertos, evitando o excesso de transpiração.

 Zori

Primeira Havaianas de 1962

A ideia da nova sandália se espalhou feito rastilho de pólvora. Em menos de um ano, a empresa fabricava mais de mil pares por dia, o que levou ao aparecimento das imitações, mas “legítimas, só as havaianas” (slogan criado pela agência JW Thompson), as únicas que “não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras”. As cópias, de qualidade inferior, eram citadas pelos comerciais da marca como cópias “fajutas”, e o novo termo acabou parando no Dicionário Aurélio como sinônimo de produto de má qualidade.

Vídeo com os primeiros comerciais com Chico Anísio 

Exatamente dois anos depois de seu lançamento, já fazendo sucesso, a direção da empresa resolveu entrar com pedido de patente de modelo industrial n.5891, sob o título “Novo modelo de palmilha com forquilha”. O pedido chegou ao Departamento Nacional da Propriedade Industrial do Ministério da Indústria e do Comércio no dia 13 de agosto de 1964. Em 1980, já eram vendidos mais de 80 milhões de pares da sandália por ano. As Havaianas eram tão fundamentais na vida do brasileiro que, nesta década, foram consideradas como um dos itens da cesta básica, assim como o feijão e o arroz.

 Desenho da patente n° 5891 de 1964 com o título "Novo Modelo de Palmilha com Forquilha"

Durante quase trinta anos, o consumidor das tradicionais sandálias, vendidas com mais frequência em mercados de bairros, se restringia a uma classe menos favorecida e costumava-se dizer que “Havaianas era chinelo de pobre”. Depois da forte concorrência dos chinelos de PVC, liderados pelo modelo Rider, da Grendene, era preciso adotar um novo posicionamento para alavancar as vendas e mudar sua imagem na mente dos consumidores. O grande toque de Midas foi o lançamento, em 1994, de uma nova versão: Havaianas Top com cores fortes, ligeiramente mais altas no calcanhar do que o modelo original e o nome gravado em relevo. O novo modelo, com tiras e solados monocromáticos, foi inspirado na moda inventada pelos surfistas brasileiros que viravam as palmilhas de suas (antigas) Havaianas a fim de deixar a face colorida voltada para cima. O modelo foi posicionado no mercado como um produto mais caro do que as tradicionais. Impulsionada por maciços investimentos em campanhas publicitárias protagonizadas por artistas e celebridades, transformou-se em objeto de desejo. No primeiro ano, foram comercializadas 300 mil unidades das novas sandálias. Nas revistas, a explosão de cores e as imagens divertidas dos anúncios traduziam o alto-astral da marca. Em seguida, a distribuição também passou a ser focada em nichos de mercado. Cada ponto de venda recebia um modelo diferente, de acordo com seu público alvo. Outra mudança foi na exposição do produto no ponto de venda. Ao invés das grandes cestas com os pares misturados, criou-se um display para valorizar o produto, facilitar a escolha e, claro, impulsionar as vendas.
 Propaganda de 1998 da Havaianas Top 

A partir do final desta década, Havaianas não parou mais de inventar moda. São criadas novas estampas, cores e modelos – até mesmo para os que mal tinham aprendido a andar, como as Havaianas Baby; ou a Havaianas Surf, com modelos simples de tiras pretas com cores e estampas renovadas com desenhos de manobras, paisagens, tribais e grafismos que refletiam o espírito do surfe.

 Havaianas Baby


 Havaianas Surf 

A partir do ano 2000, as sandálias da marca se tornam mania internacional. Estrangeiros compravam no Brasil e levavam para seus países. Rapidamente as Havaianas viraram assunto nas páginas das grandes revistas e jornais do mundo, e conquistaram algumas das vitrines mais concorridas do planeta. O novo posicionamento também permitiu o desenvolvimento de estratégias mais ousadas, como a parceria feita com a joalheria H.Stern para lançar seis pares de Havaianas com acabamento em ouro 18K e diamantes. Um deles chegou a ser vendido por R$ 52 mil. Isso gerou uma enorme exposição de mídia espontânea para a marca. O mesmo ocorreu quando a empresa colocou o logotipo de Miró nas sandálias que foram distribuídas em uma festa no consulado espanhol, em 2004.

  Havaianas H.Stern

Continuando a segmentação de mercado, novas versões e muitas cores foram lançadas, além da introdução, em 2005, da Havaianas Socks, uma meia que se adaptava ao contorno do dedão do pé, permitindo que ele se encaixasse perfeitamente na sandália (primeiro passo da empresa para a expansão da marca para outra categoria de mercado). O produto foi introduzido no mercado com o slogan “Havaianas Socks, para quem é louco por Havaianas”.

 Havaianas Socks 

As novas opções e o posicionamento diferenciado caíram no gosto do povo. E de repente, andar de Havaianas por aí não parecia mais coisa de pobre, mas algo da moda. E assim as sandálias se tornaram objeto de desejo dos brasileiros. Sucessivos ciclos de inovação em estilos e cores, que passaram a ser pesquisados com a ajuda de birôs internacionais, romperam com o velho estigma e valorizaram o produto. A partir de 2008, a marca iniciou a inauguração de lojas franqueadas das Havaianas, onde era possível encontrar todos os produtos da marca em um só lugar, em um ambiente colorido e moderno com todo o astral da marca. Ao final deste ano a marca já possuía 26 lojas franqueadas, incluindo o conceito de quiosques em grandes centros comerciais.

Espaço Havaianas na rua Oscar Freire em São Paulo

A expansão da linha de produtos (sandálias, meias e toalhas) teve continuidade nesse mesmo ano, quando no mês de novembro a marca lançou oficialmente no mercado uma linha de bolsas. Foram, inicialmente, oito modelos em cores, tamanhos e formatos diferentes. Tinha a Mega, ideal para quem ama levar todo o armário na bolsa; a Side, inspirada no modelo carteiro; a Tote, espaçosa e com base reforçada; a Zip com vários zíperes e um compartimento coringa para guardar toalhas ou jaquetas; e a Saco com alças iguais as das tiras da sandália - ideal para quem gosta de carregar somente o necessário. Produzidas em 100% algodão possuíam detalhes emborrachados e em metal e a versão estampada trazia um floral composto por mini sandálias Havaianas. O charme ficava claro, por conta do chaveirinho em formato da tradicional sandália colorida. As novas bolsas foram comercializadas inicialmente em apenas 60 pontos de venda em todo o país e num único local no exterior: a Galeries Lafayette, em Paris.


Bolsas da marca Havaianas

Em 2010 a marca lançou sua primeira coleção de calçados casuais, intitulada Soul Collection, que conta com três modelos feitos de lona e os tradicionais solados de borracha em seu interior. O relevo das tiras e dos solados são detalhes que também estão presentes. Além dos modelos de cano baixo e alto, há uma sapatilha e o bom e velho sapato de lona em uma nova versão, com borracha no lugar da palmilha de corda. A novidade foi lançada primeiramente na Europa e pouco depois, já estava nas prateleiras do Espaço Havaianas, em São Paulo. Ainda este ano, no mês de fevereiro, como parte do plano de consolidação da marca no mercado internacional, a cidade espanhola de Barcelona foi a primeira a receber um espaço exclusivo da Havaianas. Pouco depois, a segunda franquia internacional foi inaugurada em Huntington Beach na Califórnia.


Havaianas Soul Collection

Para comemorar os 50 anos de Havaianas em 14 de junho de 2012, foi lançada pela marca uma edição comemorativa limitada em 50 mil pares do modelo mais clássico da marca, aquela azul e branca. Esta edição limitada é um modelo conceitual, ele tem um pé com as cores tradicionais simbolizando a trajetória da marca entre os anos de 1962 e 1993, e o outro pé com a cor invertida, como se a sola tivesse sido virada, que é o que os consumidores faziam com suas sandálias no início dos anos 90.

 Edição de 50 anos

14 comentários:

Anônimo disse...

Vc não falam da composição química

Anônimo disse...

Sempre gostei das sandálias havaianas. Principalmente dos últimos modelos, como por exemplo: "o power". Mas nesse momento descobri que eles estão causando alergia aos meus pés. O que mudou na fórmula. Estou com alergia há muito tempo, mas só agora entendi que são elas que estão causando alergia.

Anônimo disse...

Qual a porcentagem de borracha da havaiana

Anônimo disse...

So um detalhe: o desenho do solado imita a palha do zori não um grão de arroz.

Unknown disse...

90% borracha e 10% eva

Unknown disse...

Gostaria de comprar as borrachas das havaianas

Priscilla disse...

Qual a porcentagem de eva nas havaianas?

Unknown disse...

Boa tarde, qual é a composiçao dos chinelos havaianas?

Anônimo disse...

A havaianas não utiliza EVA.

Anônimo disse...

Não utiliza EVA.

Anônimo disse...

100% borracha

Unknown disse...

Qual a composição da borracha havaiana?

Unknown disse...

Sou alérgica a ETILENODIAMINA E DERIVADOS. A SANDÁLIA HAVAIANAS POSSUI ESTES COMPONENTES ?

Unknown disse...

Quero abrir uma franquia
No aguardo de explicações