Uma pauta exportadora cada vez mais baseada em commodities vem colocando em risco décadas de desenvolvimento da indústria de transformação no Brasil, entre elas a calçadista. Recentemente a Fiesp divulgou estudo preocupante, apontando que no ano passado a indústria de transformação representou apenas 13,25% do PIB, uma queda de 14 pontos percentuais com relação ao patamar de 1985.
Na indústria calçadista, a Abicalçados tem chamado a atenção das autoridades brasileiras para a alta carga tributária e a falta de incentivos para exportações de manufaturados. Neste campo, recentemente tivemos dois reveses: o veto ao Reintegra para 2014, programa essencial para a indústria, que devolve 3% do valor exportado para o fabricante; e o veto da presidência ao fim da multa adicional de 10% do FGTS, paga pelos empresários ao governo quando há demissão sem justa causa. Vale lembrar, quando criada, em 2001, a multa teve o intuito de equilibrar a correção dos saldos das contas individuais do Fundo, decorrentes dos planos Verão e Collor, o que já ocorreu. Portanto, mais um tributo injustificável.
Ao passo em que o governo brasileiro nada faz para garantir a eficácia dos já existentes mecanismos de defesa comercial contra importações predatórias de produtos subfaturados, novos agentes aparecem. Nos últimos meses, somou-se a Vietnã e Indonésia o Paraguai. Os vizinhos, com um parque industrial ainda carente, têm aumentado suas exportações de calçados prontos e desmontados para o Brasil, o que desperta a suspeita de mais um agente trabalhando com circunvenção e triangulação para burlar a taxa do antidumping aplicado contra o calçado chinês desde 2010 (US$ 13,85 por par). A suspeita é de que os calçados e as partes deles, na realidade, sejam provenientes da China. Entre janeiro e julho, os paraguaios embarcaram 540% mais sapatos para o Brasil no comparativo com o mesmo período do ano passado (de 56,8 mil pares para 363,5 mil pares). Em cabedais, os paraguaios, que em 2011 exportavam 3,7 milhões de pares, passaram a exportar mais de 5,6 milhões em 2012, aumento de 50%. No ano corrente, segue o aumento das importações da parte superior do calçado, porém mais modesto, de 3,7% no acumulado (de 3,13 milhões para 3,25 milhões).
Para piorar o quadro, a Argentina voltou a criar empecilhos para a exportação brasileira. Os “hermanos”, que representam o nosso segundo principal mercado, já somam mais de 500 mil pares de calçados retidos por conta das DJAIs, mecanismo informal criado pelo governo argentino para o controle da balança comercial e que tem como pilar a política do “uno por uno” (para cada dólar importado, um deve ser exportado). O protecionismo argentino, que havia diminuído ao longo de 2013, volta a prejudicar o industrial brasileiro, ou melhor, o industrial que ainda não desistiu de exportar para lá devido à imprevisibilidade dos negócios.
Na indústria calçadista, a Abicalçados tem chamado a atenção das autoridades brasileiras para a alta carga tributária e a falta de incentivos para exportações de manufaturados. Neste campo, recentemente tivemos dois reveses: o veto ao Reintegra para 2014, programa essencial para a indústria, que devolve 3% do valor exportado para o fabricante; e o veto da presidência ao fim da multa adicional de 10% do FGTS, paga pelos empresários ao governo quando há demissão sem justa causa. Vale lembrar, quando criada, em 2001, a multa teve o intuito de equilibrar a correção dos saldos das contas individuais do Fundo, decorrentes dos planos Verão e Collor, o que já ocorreu. Portanto, mais um tributo injustificável.
Ao passo em que o governo brasileiro nada faz para garantir a eficácia dos já existentes mecanismos de defesa comercial contra importações predatórias de produtos subfaturados, novos agentes aparecem. Nos últimos meses, somou-se a Vietnã e Indonésia o Paraguai. Os vizinhos, com um parque industrial ainda carente, têm aumentado suas exportações de calçados prontos e desmontados para o Brasil, o que desperta a suspeita de mais um agente trabalhando com circunvenção e triangulação para burlar a taxa do antidumping aplicado contra o calçado chinês desde 2010 (US$ 13,85 por par). A suspeita é de que os calçados e as partes deles, na realidade, sejam provenientes da China. Entre janeiro e julho, os paraguaios embarcaram 540% mais sapatos para o Brasil no comparativo com o mesmo período do ano passado (de 56,8 mil pares para 363,5 mil pares). Em cabedais, os paraguaios, que em 2011 exportavam 3,7 milhões de pares, passaram a exportar mais de 5,6 milhões em 2012, aumento de 50%. No ano corrente, segue o aumento das importações da parte superior do calçado, porém mais modesto, de 3,7% no acumulado (de 3,13 milhões para 3,25 milhões).
Para piorar o quadro, a Argentina voltou a criar empecilhos para a exportação brasileira. Os “hermanos”, que representam o nosso segundo principal mercado, já somam mais de 500 mil pares de calçados retidos por conta das DJAIs, mecanismo informal criado pelo governo argentino para o controle da balança comercial e que tem como pilar a política do “uno por uno” (para cada dólar importado, um deve ser exportado). O protecionismo argentino, que havia diminuído ao longo de 2013, volta a prejudicar o industrial brasileiro, ou melhor, o industrial que ainda não desistiu de exportar para lá devido à imprevisibilidade dos negócios.
Fonte: Exportnews
Nenhum comentário:
Postar um comentário